esgotado
hiato ou rima é um diário transformado em livro que acabou se tornando o primeiro da mini editora, antes mesmo dela ter esse nome.
O primeiro livro da Mini Editora nasceu por acaso. Em um período de extrema tristeza pós-rompimento de namoro, comecei a escrever um desabafo íntimo sem qualquer intenção de ser publicada.
Aos poucos, no entanto, surgiu o desejo de que ele se tornasse um objeto único que eu pudesse entregar como um último presente para o meu ex-namorado. Lá pelo meio dos dias, defini o projeto gráfico e passei a diagramar o livro enquanto ainda o escrevia.
O processo de criação foi bastante interessante nesse sentido já que o texto acabou refletindo três períodos bastante distintos: o primeiro, quando ainda escrevia de forma intimista sem imaginar que um dia seria lida; o segundo, quando já havia decidido fazer um livro e comecei a escrevê-lo direto na página diagramada; e o terceiro, quando acabei contando para o meu ex sobre o livro e aquilo se tornou um caminho sem volta.
A partir desse dia, minha escrita mudou. Logo o livro se encaminhou para o fim, imprimi seu único exemplar, costurei e o presenteei finalmente.
Foi somente após muitos meses que fui convencida por conhecidos de que aquele livro poderia se tornar público. Com a criação da Mini Editora no ano seguinte, voltei para o Hiato ou rima e o encarei com interesse editorial: ele entrou para o catálogo como o livro mais antigo, o número um.
O livro tem estrutura de diário, com uma página correspondendo a cada um dos 62 dias seguintes ao término.
De elemento fixo, aparece apenas a marcação do dia junto a margem superior, do lado de fora do miolo. O restante da diagramação é bastante livre e segue as pausas e blocos mais adequados a cada um dos conteúdos.
A fonte utilizada em todo o livro é a Helvetica Bold, que foi escolhida por uma questão íntima do casal de designers: ele preferia a versão bold dessa fonte, eu preferia a regular.
Já a cor predominante não poderia ser outra se não a favorita unânime entre os dois: tudo preto.
Por fim, a costura foi uma criação livre de quem ainda pouco sabia sobre costura de livros, mas já tinha bastante vontade de inventar com uma linha e agulha nas mãos.
texto | hannah uesugi |
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projeto gráfico | hannah uesugi |
fonte | helvetica bold |
formato fechado | 14,5 x 20,5 cm |
impressão | jato de tinta 1 x 1 cor |
papel | offset 75 g/m² |
páginas | 80 |
tiragem | impressão sob demanda |
ano | 2013 |